Dia desses eu estava olhando no espelho e comecei a perceber que cada linha, curvatura, e expressão do meu corpo inteiro, é único, isso me encantou, e então eu aprendi à gostar do que estava vendo, aprendi a gostar daquelas pintinhas que eu tenho no ombro, comecei à enxergar com outros olhos as sardas que eu tenho em minhas bochechas, comecei a gostar das cicatrizes que os tombos foram deixando com o tempo, gostei de tudo o que vi, pois afinal eu sou isso, sou um emaranhado de histórias, de sentimentos, tanto bons como ruins, sou única, e não haveria graça alguma ser igual, aprendi à gostar de mim inteira, mesmo sendo uma metade meio torta e sem sentido, aprendi que nada nem ninguém vai me substituir, pois cada qual é insubstituível, aprendi que se eu entregar amor ao mundo, esse amor voltará em dobro, com isso também aprendi à ter amor próprio, pois Vovó Hilda já dizia "Menina, cê não tens amor próprio, quem vai te amar, Mila? Quem?", aprendi... Aprendi como se aprende a letra de uma nova música, a qual de vez em quando você esquece, mas então você lembra o quão linda ela é (a música e você) e então você lembra, reaprende a gostar da música e a cantá-la, reaprende a dizer à si mesma "Eu sou linda e nada vai me deixar para baixo". De vez em quando a gente esquece disso, mas noutras vezes lembramos, e repetimos como um mantra "Sou linda... Sou linda! eu me amo" até que isso grude em nossa mente.

                                                                                                            


2 Comentários

  1. Que texto ótimo, Camila. Nada melhor do que quando descobrimos nossa verdadeira beleza e nos amamos. Como sempre digo: Amor próprio é "tudo".

    nadaneurotica.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada Dieniffer <3, nem me fale flor! Devemos olhar mais para dentro de nós mesmas, e nos amar pelo o que somos e não por aquilo que os outros acham de nós! ♥

      Excluir